Práticas institucionais de equidade racial nas organizações do ISP

Além da inclusão do tema de equidade racial em suas linhas de atuação e eixos programáticos, as organizações do ISP também podem atuar no sentido de rever suas relações e práticas internas. Essa reflexão parece ser fundamental, inclusive, no sentido de fortalecer a capacidade, coerência e legitimidade dos institutos e fundações para atuarem com o tema. Dessa forma, ter ações afirmativas para garantir igualdade de acesso e ascensão de pessoas negras nas próprias equipes dessas organizações, em diferentes níveis hierárquicos, é importante do ponto de vista ético e político, mas também para qualificar sua atuação no tema de equidade racial.

Para tal, algumas iniciativas podem ser adotadas:

Realizar um diagnóstico interno: um passo importante é compreender como as dinâmicas raciais operam na organização. Para isso, é possível realizar rodas de conversa e entrevistas com a equipe, aplicar ferramentas já existentes (como indicadores, guias, questionários etc.) ou, ainda, contar com a assessoria de consultores ou organizações especializadas no tema para conduzirem esse processo.

Sensibilizar os gestores: para que as mudanças necessárias sejam efetivadas, é fundamental haver apoio e envolvimento das lideranças da organização. Assim, é possível realizar apresentação de resultados de estudos, capacitações, benchmarking com outras instituições que tenham desenvolvido iniciativas interessantes no tema, oficinas ou workshops, etc.

Formação interna sobre racismo institucional: também é importante envolver toda a equipe, preparando-a e implicando-a no processo de compreensão dos mecanismos internos que perpetuam práticas racistas na organização e na busca por soluções. Com isso, amplia-se o sentido político e a adesão institucional às iniciativas propostas.

Rever valores, políticas e práticas institucionais: as mudanças concretas e voltadas ao cotidiano organizacional podem envolver desafios e gerar resistências das equipes e grupos gestores. Contar com orientação especializada pode contribuir com esse movimento.

Implementar políticas de contratação de pessoas negras em todos os níveis hierárquicos: é fundamental buscar desenvolver formas de acessar e atrair profissionais negros. Para isso, é preciso rever os critérios de contratação (repensando quais são realmente necessários para preenchimento das vagas).

Revisão dos mecanismos institucionais: repensar os dispositivos internos (manuais, vocabulário, espaços de convivência, cadeia de fornecedores) para aumentar a retenção de profissionais negros.

Definir indicadores para olhar o tema periodicamente: além de um movimento inicial de implementação de mudanças organizacionais, é importante que os institutos e fundações se mantenham atentos às questões raciais e acompanhem o desenvolvimento e efeitos das iniciativas propostas.

inspire-se!

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